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O canto do universo no qual
vivemos é bastante sossegado.
Não há, por perto, nada susceptível
de explodir, engolir-nos ou
de modo geral, tentar estragar
o nosso fim de semana.
Mas isso não significa que não haja
por aí coisas aterradoras, na escuridão,
que nos levariam a enroscar debaixo da cama, agarrados ao nosso peluche favorito
e esperar que o sistema solar ainda esteja
na mesma, quando finalmente de lá sairmos.
Hoje, vamos ver alguns dos mais aterrorizantes monstros já descobertos no universo.
7 monstros aterradores
descobertos no Espaço
A Brontofobia é o medo de
raios, trovões e tempestades
e estima-se que haja 24,000 mortes relacionadas
com relâmpagos, anualmente.
O típico relâmpago tem
cerca de 30,000 Amperes
e mesmo estes conseguem vaporizar metal
e criar vidro através da fusão da areia.
Mas uma equipa da
Universidade de Toronto
descobriu a mais elevada corrente eléctrica
jamais medida, algures no Espaço.
Com uns exorbitantes
10x18 Amperes,
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que é o mesmo que um
trilião de relâmpagos terrestres.
Qual é, então, a causa desta
maciça descarga de elctricidade?
Será que Thor andou a
tomar esteróides outra vez?
Deve-se a um gigantesco buraco negro no
centro de uma galáxia denominada 3C303.
Os campos magnéticos que
produz movem-se e interagem,
e isto é o que produz essa maciça
descarga de electricidade.
Como um gigantesco dínamo.
E mesmo que consigamos evitar
ser atingidos por um relâmpago,
não significa que estejamos livres de nos
incendiarmos como o Wallmart numa Black Friday.
Em cada galáxia, há estrelas
que se movem tão rapidamente,
que conseguem escapar
à atracção da gravidade
e dartejar livemente
através do Espaço.
As estrelas, tais como as de Hollywood,
são menos solitárias do que se imagina.
Cerca de metade das estrelas da nossa galáxia
formam sistemas estelares binários,
constituído por duas estrelas que se orbitam
mutuamente, numa bela dança cósmica.
O nosso Sol, infelizmente, tem de ficar sozinho
no canto, como o miúdo feio e gordo do baile.
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Por vezes, quando estes
sistemas binários
são atraídos para o buraco negro que
existe no centro de cada galáxia,
uma dessas estrelas pode
ser arrancada e projectada
a uma velocidade de
10,000 km por segundo.
A outra é engolida
pelo buraco negro.
Como o que acontece quando o miúdo no baile
encontra a mesa de comes e bebes..
E, se uma dessas estrelas errantes
se aproximasse do nosso sistema solar,
não haveria muito que pudéssemos
fazer para impedir que nos incendiasse
e que a sua enorme gravidade
arrancasse tudo das suas órbitas.
Felizmente, a probabilidade de isto
acontecer é extremamente baixa
Por isso, se virmos um
ponto brilhante no céu
não vale a pena parar de fazer o trabalho
de casa e esperar pelo fim do mundo,
é provavelmente um avião ou um
pombo muito brilhante ou algo assim..
Eventualmente, a nossa galáxia vai
colidir com a de Andrómeda.
Por isso não vale a pena fazer planos
para daqui a 3 biliões de anos, por aí..
Quando isso acontecer, os dois
buracos negros no centro de cada uma
irão mergir num só, gigantesco,
ou passarão a formar um par,
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tal como as estrelas
mencionadas anteriormente.
A matéria comprimida, ao redor
destes gigantescos buracos negros,
passa a ser um Quasar
que significa "Quasi Stellar Radio Source"
(fonte de rádio quase estelar)
pois emitem radiação electro-magnética
semelhante à das estrelas
que incluem ondas rádio e luz visível.
São incrivelmente brilhantes.
São necessárias 100 vias lácteas
para igualar essa luminosidade.
Apenas um quasar é o suficiente para usarmos
todas as nossas reservas de óculos de sol.
O "Huge Large Quasar Group"
(grupo de quasares muito grande)
- quem é que dá os nomes a estas coisas? -
é uma cadeia de 73 quasares
com diâmetro de 4 biliões de anos luz
sendo por isso a 2ª maior
estrutura no universo conhecido.
A maior é conhecida pelo
glorioso nome de
"Hercules Corona Borealis Great Wall"
(Grande Muralha Hércules Corona Borealis)
- pronto, é um nome ligeiramente melhor -
um grupo de 14 Explosões de Raios Gama
que são corpos muito brilhantes
causados por estrelas em fim de vida.
Quem dá valor à sua visão, é melhor
evitar estes dois monstros gigantescos.
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Às vezes, uma estrela grande
transforma-se em super nova,
cede sob o seu próprio peso e dá
lugar a uma estrela de neutrinos
que é uma bola hiper densa
com diâmetro de cerca de 11km
que pode ter massa igual
ao dobro do nosso Sol.
Como é isto possível?
Como pode tanta coisa caber num espaço
tão ridiculamente pequeno?
Serão as estrelas de neutrinos
feitas pela IKEA?
Não, há uma explicação científica.
Como testemunhará quem
já tentou condensar
roupa para uma semana
dentro de uma mala pequena,
quando algo é comprimido à força,
reage e exerce força contrária.
Essas pessoas certamente dirão também que não valeu
a pena poupar as 11 libras de bagagem extra,
quando a roupa interior e as saquetas de chá
explodiram da mala no controlo de segurança.
As estrelas de neutrinos são
constituídas por, claro, neutrinos.
Quando comprimida
de tal maneira,
a única coisa que impede a estrela
de se tornar num buraco negro
é a repulsão entre as partículas, que
só se torna forte em tais densidades.
Uma estrela de neutrinos é tão densa, que uma quantidade equivalente a uma caixa de fósforos
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pesaria cerca de 13 milhões
de toneladas, na Terra.
Ocasionalmente, estas estrelas de neutrinos
transformam-se em "magnetars"
- que não é um pokemon -
e produzem um campo magnético tão intenso que até alteram o vácuo do espaço à sua volta.
São os ímans mais
poderosos do universo.
Por isso, quem os visitar é melhor deixar em casa os cartões de crédito e tirar os piercings..
As estrelas são coisas complicadas.
Não só irradiam um largo espectro
de radiação electro magnética,
como, quando morrem, deixam para trás
enormes nuvens de poeiras, chamadas nébula.
Ao perto, nem sequer seria visível, pois é mais esparsa do que qualquer vácuo artificial feito na Terra.
Mas, a distância suficiente, é possível
ver o que resta da estrela
E, se observarmos por tempo suficiente, até poderemos
ver os sistemas solares circundantes
a queixarem-se da sua vizinha trapalhona
que lhes engole os planetas.
Estas nébulas podem ter
centenas de anos luz de diâmetro
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As nuvens na Terra são brancas e fofas
mas estas gigantes do Espaço
têm formas estranhas e tortuosas que parecem
verdadeiros monstros do universo.
A apenas 7,000 anos luz de distância,
na nébula "Eagle" (Águia) erguem-se os
"Pillars of Creation"
(Pilares da Criação)
Estas nuvens negras aproximam-se
lentamente umas das outras
e formam as estrelas do futuro,
onde o seu hidrogénio simples
vai aquecer e eventualmente
produzir material exuberante e complicado
idêntico ao presente na Terra.
E que tal um monstro a sério, desta vez?
Quando pensávamos que o Espaço é silencioso como um cemitério, ouvimos um gemido horrendo.
É uma estrela "zombie"!
Não sei se este "zombie" pode ser derrotado com
um golpe de bastão de cricket na cabeça
por isso é melhor agarrar na espingarda, barricar
as portas e esperar que não nos encontre..
Este é o resultado de um sistema estelar binário
no qual uma das estrelas é uma anã branca
Uma anã branca é semelhante a uma
estrela de neutrinos, com a excepção
de que a estrela original não tinha massa
suficiente para criar uma estrela de neutrinos.
Por isso, o que resta é uma bola de
maioritariamente Carbono e Oxigénio.
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Já não ocorre qualquer
fusão, por isso é
só um cadáver deixado no alpendre,
a perder o seu calor lentamente.
Mas quando há um sistema binário, é possível que
a anã branca sugue energia da sua parceira
e lentamente recupere a massa
de que precisa para reavivar
e restaurar a fusão, o que
provavelmente resultaria
numa espalhafatosa supernova.
Estas estrelas são apropriadamente
denominadas estrelas "zombie".
Acontece algo semelhante nas estrelas "vampiro" também chamadas retardatárias azuis.
Foram descobertas, na área dessas estrelas,
outras que parecem ser muito mais quentes
e, no que toca a estrelas,
mais quente significa mais nova.
Mas, como todas se formaram a partir da
mesma nébula, como pode isto acontecer?
Tal como com a estrela "zombie",
pensa-se que uma estrela suga a vida da outra,
dando-lhe o vigor juvenil
por que todos ansiamos.
Por isso, esqueçam os cremes,
deixem os sumos estranhos
e comecem a aprender
a ser como um "zombie"
Tudo o que precisam de fazer
é comer uma estrela!
08:25
E, por último, um monstro peculiar.
Se formos um explorador interestelar, a viver
à base de barras de proteínas secas no vácuo
e a beber os nossos
próprios fluidos reciclados,
haverá provavelmente alturas em que iremos
olhar para a escuridão gelada e pensar
'Caramba, preciso de
uma bebida!'
Pois bem, quem pede é atendido.
Sagittarius B2 é um balcão de bebidas
com 150 anos luz de comprimento.
Esta nuvem de poeiras dentro
da via láctea contém vastas,
vastas quantidades de
etílico formato, que lhe dão
o sabor único de
framboesas e rum!
Contém também álcool etílico
suficiente para manter toda a gente na Terra
bêbeda durante triliões de anos.
Por isso, se a NASA realmente está preocupada
que o público perca interesse no programa espacial,
basta que digam que, por uns poucos
biliões de dólares, vão construir uma nave
para ir assaltar o armário
das bebidas de Deus.
Talvez seja por isso que ainda não encontrámos nenhuma forma de vida extraterrestre,
estão todos à espera de que nós nos vamos
encontrar com eles no gigantesco bar no céu.
09:26
Com todos estes monstros à solta no
Espaço, talvez devessemos ser gratos
por, tudo com que temos de lidar,
ser apenas um Sol, o asteróide ocasional
e todos os monstros estranhos..
quer dizer, pessoas,
com quem estamos
presos nesta pequena rocha.
Acho que todos podemos brindar
a isso com rum e framboesas, certo?
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